Sabe aquela vontade incontrolável de se doar inteiramente à realização de um projeto? Já se surpreendeu em como podemos passar horas focados em uma tarefa que gostamos muito? A pulsão, para Freud, é exatamente isso. Essa exigência por algo, esse impulso que nos movimenta em direção àquilo que queremos.
Para compreendermos o conceito de pulsão, é preciso mergulhar mais profundamente na teoria freudiana e entender como ele percebe esse motor que nos impulsiona ao longo do nosso desenvolvimento.
Ficou curioso e quer saber um pouco mais sobre o tema? Confira, a seguir, o que é pulsão e como ela permeia nossa relação com o mundo!
A pulsão seria, para Freud, uma exigência de trabalho. Um impulso que tem como objetivo, a conservação e o alívio das tensões. O autor diferencia alguns tipos de pulsão, mas todos eles teriam a missão de apaziguar uma falta originária que é motivo de angústia.
A pulsão estaria no limite entre o somático e o mental, e Freud, em sua primeira teorização, acreditava que ela era o representante psíquico. Mais tarde, com a introdução do conceito de pulsão de morte, há uma releitura da teoria, admitindo que existe uma pulsão que não tem representação.
Em um primeiro momento, Freud diferenciou, em sua teoria, as pulsões sexuais relacionadas com os impulsos sexuais e as pulsões do ego, responsáveis pela autoconservação e autopreservação. No bebê, esses instintos sexuais estariam ligados aos de autoconservação, pois as crianças têm como primeiro objeto sexual, a pessoa que o alimenta, cuida e se preocupa com a sua proteção.
Posteriormente, em seu trabalho, o autor modifica sua visão acerca da teoria pulsional. Com o texto “Além do Princípio do Prazer”, de 1920, ele aborda os casos de pessoas que se mantêm presas a situações desagradáveis e repetem sempre o mesmo padrão de sofrimento. Assim, ele se dá conta de uma característica central das pulsões: sua natureza conservadora.
Não somos impulsionados somente a buscar o alívio de nossas tensões e a busca por prazer, também, queremos conservar um estado original. Toda a vida acaba em morte e para explicar os impulsos contrários à autoconservação, o autor adicionou à sua teoria a noção de pulsão de morte, que justificaria os comportamentos que não buscavam o prazer.
A pulsão para os humanos vai muito além do que é o instinto para os outros animais. A necessidade de dormir, comer e respirar é comum a todos nós, mas é garantido que você nunca viu um animal fazer greve de fome, por exemplo. Somos impulsionados por desejos complexos, que não se resumem à satisfação das nossas necessidades básicas.
A linguagem é exclusivamente humana e, para Freud, somos pessoas no mundo e nos relacionamos com a realidade a partir de uma mediação feita pelo simbólico. No entanto, há algo que escapa, uma espécie de sobra, uma limitação do que as palavras podem representar ao traduzir a realidade. Essa falta é o que nos movimenta, estamos sempre atrás de algo e essa busca por sentido é o movimento da pulsão.
Sem dúvidas, essa se trata de uma teoria densa e bastante complexa. Felizmente, conhecer um pouco mais sobre o que é pulsão nos ajuda a entender melhor a nós mesmos e de onde surgem nossos desejos e anseios. Quer saber o que as outras pessoas pensam acerca do tema? Deixe um comentário no post e compartilhe sua opinião com mais pessoas!
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