Entenda a importância da resistência e transferência em psicanálise

Ao longo do tratamento terapêutico, é muito comum encontrar pessoas que criam barreiras para não falar livremente sobre seus problemas e angústias. Afinal, nem sempre é fácil olhar para aquilo que nos paralisa. Ao perceber esse comportamento comum entre seus pacientes, Sigmund Freud desenvolveu os conceitos de resistência e transferência em psicanálise.

Estudados até hoje, eles caracterizam processos fundamentais em qualquer terapia, dando base para o aparecimento dos sintomas e a consolidação da livre associação.

Pensando na sua importância em psicanálise e como trabalhá-las no cotidiano analítico. Boa leitura!

O que é resistência em psicanálise?

Imagine que durante um atendimento o analisando está compartilhando sua vida e seguindo um bom fluxo de fala até que, por algum motivo, para de falar, muda de assunto ou esquece subitamente o conteúdo. Embora possa ser frustrante para o analista, esse momento é de extrema importância durante uma sessão.

É justamente nessa pausa, ou desvio, que a resistência ocorre. Em outras palavras, surgem obstáculos no atendimento psicoanalítico, demandando um trabalho aprofundado do profissional para reconhecer os motivos da resistência e quebrá-los pouco a pouco.

Dessa forma, a resistência nada mais é do que uma defesa – inconsciente ou não – do analisando, um obstáculo que surge durante a sessão para deixar longe do ego tudo aquilo que vem do id.

Ainda, Freud explica que existem diferentes tipos de resistência, sendo que todos devem ser percebidos e trabalhados durante a análise. Abaixo, listamos cada um para você aprofundar os seus conhecimentos. Confira!

Resistência de repressão

A resistência de repressão ocorre quando o analisando evita falar de conteúdos incômodos, constrangedores ou dolorosos, abandonando temas banais ou fugindo do assunto constantemente.

Resistência de transferência

Já a resistência de transferência é caracterizada pela dificuldade em estabelecer uma relação de confiança com o analista, evitando temas profundos.

Ainda, ela pode acontecer em função da percepção da transferência negativa (que explicaremos a seguir), fazendo com que o analisando fuja desse processo para não prejudicar o setting.

Resistência de ganho secundário

Nesse caso, o analisando percebe que é beneficiado com seu sofrimento, resistindo à melhora e deixando de investir no seu processo terapêutico, criando barreiras para se manter na angústia.

O que é transferência para Freud?

Assim como o conceito de resistência, a transferência é fundamental em qualquer percurso analítico, estando presente em todas as relações entre o paciente e o terapeuta. Ela é, então, o processo que permite o estabelecimento de laços entre dois atores da cena, possibilitando ao analista fazer suas colocações ao mesmo tempo em que o analisando associa livremente suas dores.

Inicialmente, o paciente coloca o analista em uma posição de destaque, como o detentor de todo o saber, estabelecendo uma relação amistosa e confortável. Freud denomina esse processo como transferência positiva.

No entanto, ao longo da terapia, essa relação vai se destituindo e dá lugar para a transferência negativa, caracterizada por um princípio agressivo – tanto em direção ao analista quanto ao próprio analisando.

Essa agressividade que surge naturalmente não deve ser vista como algo prejudicial ao processo analítico, embora precise ser trabalhada com cuidado e atenção. Muitas vezes, ela representa o desenvolvimento da autoconfiança associado ao desligamento do sintoma.

Qual a importância de resistência e transferência em psicanálise?

Como você já deve ter percebido, os dois conceitos caminham juntos na psicanálise, sendo elementos fundamentais para que o andamento da sessão seja satisfatório.

Justamente por isso, compreender o que é a resistência e transferência transforma qualquer atuação psicanalítica, possibilitando a criação de novos caminhos, a identificação de diferentes sintomas, o reconhecimento de dores e o trabalho da angústia.

A resistência e transferência em psicanálise são conceitos que sustentam a atuação do analista, dando base para a compreensão das dores no processo terapêutico. Desse modo, saber trabalhar com esses dois elementos melhora a sua forma de atender, aperfeiçoando o seu nível de excelência.

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