A síndrome do impostor é um caso muito comum na clínica e, por isso, saber como lidar com ela é um passo importante para desenvolver um atendimento de qualidade, acolhedor e satisfatório para seus clientes.
Atuando de forma intensa na vida do analisando, a síndrome pode ocasionar angústia, ansiedade, nervosismo e depressão.
Neste artigo, trazemos as principais informações sobre a síndrome do impostor e como ela pode ser trabalhada na clínica, por meio da psicanálise. Confira!
O que é a síndrome do impostor?
Em diversos casos, encontramos relatos de pessoas que não se sentem pertencentes ao seu trabalho, não são merecedoras daquilo que conquistaram e são incompetentes naquilo que fazem. Assim, os elogios e promoções não são facilmente aceitos, atribuindo seus ganhos à eventos externos, como sorte ou indicação.
Somando-se a isso o fato de o analisando acreditar que alguém descobrirá esses sentimentos e o verá como uma grande farsa, temos um sujeito em grande sofrimento psíquico.
Isso nada mais é do que a síndrome do impostor, ou seja, alguém que acredita que não merece o sucesso profissional que tem por achar ser incompetente, além de sempre imaginar que alguém evidenciará sua falta de habilidade e capacidade profissional.
Como ela aparece na vida do sujeito?
No tópico anterior, explicamos que quem sofre com a síndrome diminui sua própria competência e inteligência. Então, quais são os comportamentos, atitudes e pensamentos que aparecem no dia a dia e que dificultam a sua melhora?
A seguir, você pode conferir as principais formas que a síndrome se faz presente, para aprimorar a sua compreensão e aprofundar sua forma de trabalho.
Dificuldade em concluir projetos pessoais e profissionais
Investir em novos projetos pessoais e profissionais, bem como concluir os já existentes, exige dedicação e autoconfiança. Quando um sujeito acredita não merecer aquilo que conquistou, sua autoconfiança diminui, fazendo com que seus projetos fiquem de lado.
Isso acontece porque toda a energia psíquica dele está voltada para o seu sofrimento, ou seja, ele gasta toda a sua disposição para conseguir lidar da melhor forma possível com sua angústia.
Autodesvalorização
Você já deve ter percebido que pessoas que desenvolvem a síndrome do impostor apresentam certa tendência à autodesvalorização, não é mesmo? Afinal, ao ter uma autoimagem de fraude, o sujeito diminui a percepção das suas habilidades e capacidades profissionais.
Isso pode ocasionar diversas consequências na vida dessa pessoa, desde queda na produtividade até processos mais intensos, como depressão, ansiedade generalizada e insatisfação profissional.
Ansiedade incontrolável
É compreensível que quem não se enxerga como alguém merecedor do trabalho e vida que tem desenvolva um certo grau de ansiedade. Afinal, qualquer pessoa, ao se ver como alguém não pertencente da comunidade profissional, pode sentir uma angústia inexplicável que toma conta da mente e do corpo.
Além disso, o medo de ser descoberto a qualquer momento também cria um cenário de ansiedade na vida do sujeito, causando mais instabilidade psíquica e sofrimento no dia a dia.
Como a psicanálise auxilia o indivíduo?
Todo e qualquer atendimento psicanalítico analisará a vida do indivíduo, suas histórias, construções psíquicas e experiências que teve — sobretudo na infância. Todos esses processos contribuirão para a identificação da origem da síndrome, trazendo ao consciente as questões vividas pelo sujeito a fim de fazê-lo entender os motivos dos seus sentimentos.
Alinhado a isso, durante o atendimento, o psicanalista deve criar — em conjunto com o analisando — formas de intervenção para que ele consiga lidar com essas dificuldades de maneira autônoma no futuro.
Nesse sentido, por meio da livre associação de palavras, da interpretação dos sonhos e da anamnese, o psicanalista e o analisando conseguem compreender como a síndrome do impostor atua na vida do sujeito e encontrar formas positivas de lidar com ela.
A síndrome do impostor é um processo psicológico comum na sociedade atual. Presente nos mais variados casos de sucesso profissional, ela traz sofrimento psíquico, gerando angústia em quem a tem. Por isso, é fundamental promover um apoio psicológico seguro e de confiança para garantir a saúde e bem-estar do analisando.
E então, gostou do nosso artigo? Aproveite para continuar a sua leitura no blog e aprofundar seus conhecimentos sobre a formação da personalidade segundo a psicanálise!
Como lidar com um trauma através da psicanálise?
Quando nos aprofundamos no estudo de psicanálise, nos deparamos com o conceito de trauma que, muitas vezes, pode trazer dificuldades para os psicólogos que ainda não conhecem a fundo a psicanálise. Mas, afinal, o que é o trauma e como ele se forma na psique do analisando?
Com o intuito de ajudar você a compreender a experiência traumática de cada pessoa, desenvolvemos este artigo com as principais informações sobre o trauma para a psicanálise. Boa leitura!