Cada sujeito tem uma maneira de reagir às situações vividas. Desde formas tranquilas até as agressivas, nossas atitudes podem ser originadas em situações que experimentamos no passado.
Mas o que isso quer dizer? Quando alguém passa por qualquer experiência que seja — boa ou ruim —, cria memórias que se tornam inconscientes e ficam registradas na sua psique. Essas memórias originam os comportamentos, os pensamentos e as atitudes do indivíduo ao longo da sua história.
Da mesma forma que isso acontece com as experiências positivas, também ocorre com as vivências negativas que uma pessoa sofre, o que ocasiona o trauma. Nesse sentido, as memórias desse momento ficam guardadas no inconsciente e podem vir à tona como sintomas quando o sujeito vive uma situação similar.
Em outras palavras, quando uma pessoa passa por alguma experiência ruim em sua vida, ela retém essa vivência no seu inconsciente. Assim sendo, ao se deparar com situações parecidas em outro momento da sua história, pode recordar sua experiência e desenvolver uma série de sintomas que geram angústia e desconforto.
Quais são os sintomas que aparecem?
Para a psicanálise, os sintomas são as expressões singulares dos conflitos psíquicos que cada sujeito tem, ou seja, a demanda real do analisando.
Eles podem surgir nas mais variadas formas: desde dores físicas, como somatização, até mudanças sociais e psíquicas, como irritabilidade, ansiedade, tristeza profunda, queda na produtividade etc.
Por exemplo, quando alguém passa por um trauma, pode encontrar seus sintomas anos depois, em uma situação que serve como gatilho para trazer as memórias à tona, mesmo de que forma inconsciente.
Assim, à primeira vista, um comportamento agressivo no trânsito pode não ser nada além de uma irritabilidade momentânea, porém, quando analisado, sua origem pode vir de um trauma não trabalhado.
Como a psicanálise lida com os traumas?
A psicanálise compreende o trauma como uma experiência predominantemente infantil. Isso quer dizer que a experiência negativa original, via de regra, aconteceu durante a infância do paciente, ficando marcada no seu aparelho psíquico.
Os sintomas que surgem depois de uma experiência negativa similar à original são trabalhados dentro da clínica, explorando o conteúdo psíquico traumático do indivíduo e identificando as angústias não nomeadas por meio da livre associação.
Nesse sentido, o sujeito toma consciência da sua experiência, elaborando-a e reintegrando-a na sua história de vida por meio da fala, para que ela não ocasione novos sintomas que gerem angústia e sofrimento para ele.
Por que é importante buscar um psicanalista?
No tópico anterior, você pôde entender como a psicanálise trabalha com o trauma no consultório. Mas, afinal, é realmente necessário ter apoio nesse momento?
Embora algumas pessoas tenham recursos psíquicos para lidar com suas dificuldades, na maioria das vezes o trauma atravessa a vida do sujeito de forma descontrolada, causando intenso sofrimento — que muitas vezes não tem sentido para o indivíduo.
Ao realizar a análise, ele consegue elaborar seu trauma com mais facilidade, identificando as vivências que passou e as dores que sofreu em um ambiente seguro e acolhedor, construído para a expressão livre das suas angústias e dos seus anseios.
Entender o que é o trauma para a psicanálise e como ele acontece é fundamental para desenvolver uma abordagem aprofundada e proporcionar uma análise satisfatória para o paciente. Isso contribui diretamente para aperfeiçoar o seu trabalho.
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Entenda por que as pessoas têm medo de mudanças
Você sabe por que as pessoas têm medo de mudanças? Novidades e transformações fazem parte da vida e são necessárias para a evolução do ser humano — sob vários aspectos. Apesar disso, o processo de lidar com novas situações pode ser bem complexo para alguns indivíduos, chegando a um nível prejudicial.
Em resposta a esse medo, muitas pessoas se tornam prisioneiras de circunstâncias confinantes e nocivas, mas não conseguem cruzar as fronteiras da inércia. Ao longo deste post, vamos conversar um pouco mais sobre esse tema e entender por que a mudança parece algo tão assustador e como a psicanálise pode ajudar a lidar com esse sentimento. Continue a leitura!
O que provoca o medo de mudanças?
O medo que muitas pessoas têm de encarar uma mudança na vida — seja de endereço, seja de trabalho, seja de situação conjugal, seja de qualquer outra modificação na rotina — remete-nos ao conhecido termo “sair da zona de conforto”. Contudo, não significa exatamente que a circunstância atual é confortável e positiva, mas que o que está em jogo é uma sensação equivocada de segurança e controle.
Sair de um lugar conhecido e encarar algo novo implica a falta de domínio sobre a situação e isso causa incômodo, porque o ser humano sente necessidade de controle e de previsibilidade.
Outro fator que provoca esse medo é o confronto com sentimentos que foram, há tempos, arquivados em um canto escuro e silencioso da nossa mente, ou seja, no inconsciente. Certas mudanças são tão intensas que reviram lembranças e trazem à tona emoções difíceis de ressignificar.
O aspecto aparentemente negativo da mudança é que ela demanda mais energia psíquica para encontrarmos um novo ponto de equilíbrio. Isso significa que, enquanto a pessoa tenta se reorganizar e reencontrar a estabilidade, ela tem que lidar com certo desgaste emocional.
Apesar desse entrave causado pelo medo de mudar, toda transformação traz consigo algo positivo, que resulta em crescimento e fortalecimento. E, muitas vezes, encarar a mudança é seguir em direção à liberdade e soltar amarras que já não precisam mais existir. Ou seja, o que parece ser um passo incerto pode ser o início de uma jornada muito mais prazerosa!
Qual o impacto desse medo na vida das pessoas?
A pergunta que muitas pessoas fazem é: “por que mudar se está bom assim?”. No entanto, será mesmo que a situação atual é benéfica? Ou é o conhecido costume que predomina? É necessário avaliar bem o que realmente prende o indivíduo e saber se existem motivos coerentes para permanecer na condição em que está ou se é hora de tomar uma atitude mais enérgica.
O medo de mudanças pode impactar a vida das pessoas de forma negativa. Isso porque esse sentimento se torna limitante e impede que o indivíduo evolua, seja na vida pessoal, seja na vida profissional.
Um exemplo comum é o caso da pessoa que vive em um relacionamento abusivo, mas não consegue se desprender desse sofrimento, porque acredita que a separação — a nova vida — seria ainda mais dolorosa.
Também devido ao medo de iniciar uma nova fase e encarar maiores desafios na vida profissional, existem aqueles que sabotam seu próprio potencial e minam suas chances de progresso na carreira. E é assim que o comodismo dá lugar à estagnação!
Como a psicanálise pode ajudar?
Todos estão sujeitos a sentir insegurança e ansiedade diante das transformações que ocorrem na vida. É necessário olhar com mais atenção para esse sentimento quando ele se torna irracional, causando um verdadeiro pavor no indivíduo. Nesse ponto, é imprescindível buscar acompanhamento de um especialista e derrubar as barreiras que limitam o seu desenvolvimento.
Para ajudar a enfrentar o medo de mudanças, o psicanalista percorre caminhos que conduzem aos sentimentos mais profundos do paciente. Dessa forma, é possível compreender quais são os verdadeiros medos do indivíduo, aqueles que até então estavam inacessíveis, causando angústia e dando origem aos bloqueios não compreendidos.
Na sequência desse assunto, leia também nosso outro artigo sobre agorafobia — o medo de ter medo — e entenda um pouco mais sobre essa temática!